Kunsthalle Lissabon

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Drawing Life (2020 - em curso). Lapis sobre papel. Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Drawing Life (2020 - em curso). Lapis sobre papel. Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Drawing Life (2020 - em curso). Lapis sobre papel. Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Drawing Life (2020 - em curso). Lapis sobre papel. Foto: Bruno Lopes

Zheng Bo. Drawing Life (2020 - em curso). Lápis sobre papel, cada página 21 cm x 29,7 cm.

Zheng Bo. Drawing Life (2020 - em curso). Lápis sobre papel, cada página 21 cm x 29,7 cm.

Zheng Bo. Drawing Life (2020 - em curso). Lápis sobre papel, cada página 21 cm x 29,7 cm.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Pteridophilia 4 (2019). Vídeo (4K, cor, som). Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Pteridophilia 1 (2016). Vídeo (4K, cor, som). Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo, The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, 2020. Vista da exposição com Pteridophilia 4 (2019). Vídeo (4K, cor, som). Foto: Bruno Lopes.

Zheng Bo. Pteridophilia 1 (2016). Vídeo (4K, cor som), 17 min.

Zheng Bo. Pteridophilia 2 (2018). Vídeo (4K, cor som), 20 min.

Zheng Bo. Pteridophilia 3 (2018). Vídeo (4K, cor som), 15 min.

Zheng Bo. Pteridophilia 4 (2019). Vídeo (4K, cor som), 16 min.

Zheng Bo: The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒

The Soft and Weak Are Companions of Life
柔弱者生之徒
Zheng Bo

18.06.2020 - 29.08.2020
Quinta-feira a Sábado – das 15:00 às 19:00

A Kunsthalle Lissabon apresenta The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒, a primeira exposição individual do artista Zheng Bo em Portugal. A exposição estará patente ao público de 18 de junho a 29 de agosto de 2020. Devido às medidas de segurança colocadas em prática por causa da COVID-19, não se realizará uma inauguração da exposição.

Historicamente, e na maioria dos princípios, valores e direitos ocidentais, a espécie humana sempre ocupou o papel principal. A marginalização dos elementos naturais levou-nos a uma baixa consciência e respeito por outras formas de vida que não humanos e animais. Atualmente, muitas pessoas simplesmente não sabem que tipo de plantas circundam as suas casas e caracterizam as suas cidades e, na maioria das vezes, a empatia por questões ecológicas nem sempre corresponde a um conhecimento real destes elementos vegetais, criando apenas uma falsa consciência e uma distância física relativamente ao que efetivamente vive à nossa volta.

Zheng Bo tenta reduzir essa distância, indo para além de uma simples abordagem concetual com vista ao conhecimento das plantas. Insistindo na ideia de intimidade, o artista dá-nos um exemplo de uma possível relação entre humanos e o mundo vegetal, derrubando, nesse processo, a visão antropocêntrica que temos da natureza. Mas as plantas representam também o negligenciado e o queer num entendimento estandardizado do binário natureza-cultura, apontando, dessa maneira, a necessidade urgente de expandir as nossas noções de relações interespécies, comunidades e contra- públicos.

Uma nova série de desenhos intitulada Drawing Life abre a exposição na Kunsthalle Lissabon. Zheng Bo tem caminhado pela ilha de Lantau - onde vive em Hong Kong - e desenhando plantas locais todos os dias desde o final da primavera deste ano. Ele anota os nomes das plantas que reconhece, mas como existem sempre mais plantas para desenhar e identificar, o texto de cada desenho, termina sempre com "etc." Esta é a primeira vez que uma seleção desses desenhos é apresentada publicamente.

Na série de vídeos Pteridophilia 1-4 (a palavra é derivada do grego pterid- “feto” e -philia “amor”), Zheng Bo filma jovens em contacto íntimo com vários tipos de fetos numa floresta de Taiwan. Os homens criam e mantêm relações emocionais e físicas com as plantas: lambem-nas, envolvem- nas, acariciam-nas, mordem-nas, comem-nas e tem relações sexuais com elas, mostrando-nos um número infinito de possibilidades de intimidade vegetal-humana. Zheng reflete sobre a nossa perspectiva moral atual interrogando o nosso dilema ético. Onde começa a exploração humana das plantas e onde termina? Por que é "natural" comer plantas, mas "não natural" fazer amor com elas?

The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒 é uma frase do capítulo 76 do Dao De Jing, o texto taoísta escrito no século IV aC. O Dao De Jing é escrito em chinês clássico, o qual apresenta uma série de desafios a uma compreensão plena. Como observa o estudioso taoísta Holmes Welch, esta linguagem escrita "não tem forma ativa ou passiva, singular ou plural, nenhum caso, pessoa, sem tempo, sem humor". O texto inteiro, face a estas circunstâncias, encontra-se aberto a uma enorme variedade de possíveis interpretações.

Neste vasto horizonte de alternativas, Zheng Bo, com os seus vídeos, as suas taxonomias e a sua filosofia, apresenta-nos a possibilidade de repensar todo o sistema humano que visa a categorização do conhecimento sobre a natureza, convidando-nos a articular todos os elementos que temos ao nosso redor, encontrando todas as diferentes combinações e otimizando todas as potencialidades inerentes a plantas e humanos.

Zheng Bo (Pequim, 1974) vive e trabalha em Hong Kong. A sua prática tem vindo a investigar temas ligados à ecologia, a comunidades marginalizadas e a questões de género com o intuito de refletir sobre a nossa cosmologia. Apresentou projetos em várias instituições asiáticas e europeias, destacando-se o ICA at NYU Shanghai, @KCUA em Quioto, Asia Art Archive em Hong Kong, Parco Arte Vivente em Turim, TheCube Project Space em Taipei, e Villa Vassilieff em Paris. O seu trabalho foi incluído no programa de performances da 58a Bienal de Veneza, na Manifesta 12, na 11a Bienal de Taipei e na 11a Bienal de Xangai.

A Kunsthalle Lissabon é generosamente apoiada pela República Portuguesa / DGArtes e pela Coleção Maria e Armando Cabral.

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